Programa de Intervenção Social realizado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) (Programa 8 (I), Trilha 1): mensagens de Natal.
Nível de descrição
Documento simples
Código de referência
PT/ADN/EMGFA/5DIV/022/023
Título
Programa de Intervenção Social realizado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) (Programa 8 (I), Trilha 1): mensagens de Natal.
Datas de produção
1976
a
1976
Dimensão e suporte
1 ficheiro áudio MP4, 27m43
Âmbito e conteúdo
Programa emitido pela Emissora Nacional e produzido pelo Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) com a reprodução de algumas passagens da mensagem de Natal, dirigida aos portugueses, conforme última reunião de trabalho do Conselho da Revolução. As várias temáticas são intercaladas com música.
Cota antiga
P8P1
Idioma e escrita
Português
Existência e localização de originais
Áudio analógico (em fita de arrasto)
Existência e localização de cópias
Ficheiros digitais WAP (matriz), MP3 e MP4 (derivadas).
Transcrição
Estado Maior General das Forças Armadas. Neste preciso instante começa no seu recetor mais uma edição do programa especial do Estado Maior General das Forças Armadas, realizado sob sua incumbência por um grupo de trabalho. Este programa de intervenção social aparece na antena da Emissora Nacional, rede metropolitana de Onda Média e Modelação de Frequência, todos os domingos, entre as nove e as onze da manhã. Por intermédio das vozes e da música que por aqui vão passar, o MFA apresenta os bons dias aos militares, aos portugueses.15m21: Uma das tradições da quadra natalícia que mesmo os dias conturbados recentes não apagaram, é sem dúvida a das mensagens de Natal ou de Boas Festas que os políticos mais em destaque, na cena portuguesa, dirigem aos portugueses. Mensagem significa sempre um convite à reflexão.16m52: Na sua última reunião de trabalho o Conselho da Revolução dirigiu também uma mensagem aos portugueses. Devido à sua importância, consideramos oportuno, reproduzir algumas passagens.18m00: (Membro do Conselho da Revolução) É tradicional fazer-se, no fim de cada ano, um balanço das conquistas realizadas e dos problemas existentes. É também uma meditação que todos os portugueses deverão praticar no fim dum ano em que viveram um dos períodos mais ricos e mais complexos de toda a sua história. Eis uma tarefa que, executada com serenidade e realismo, contribuirá para defrontar com êxito as dificuldades do futuro próximo.20m05: (Membro do Conselho da Revolução) O Conselho da Revolução considera ter que salientar, em primeiro lugar, patriotismo, serenidade e consciência política que o povo português sob manter e desenvolver, apesar dos graves e difíceis períodos que se viveram durante este ano. Essa é e será sempre a principal garantia que a Revolução Portuguesa manterá uma linha política correta quaisquer que sejam os ataques que venha a sofrer.21m31: (Membro do Conselho da Revolução) Quer também o Conselho da Revolução, seu dever, garantir a todo o povo português, que tem plena consciência das dificuldades a enfrentar, para resolver os problemas que se nos deparam. Mas é muito importante que se reconheça que grande parte desses problemas são o resultado inevitável do regime anterior, da sua destruição e da transição para uma sociedade nova.22m52: (Membro do Conselho da Revolução) Não se pode reconstruir um país sem passar por uma fase de acentuados sacrifícios. O que é importante é que se saiba que a sociedade nova que assim se constrói será mais justa, mais livre e mais independente do que a antiga e que estes são os grandes objetivos pelos quais todos temos que lutar, os objetivos que foram definidos em 25 de Abril de 1974, reforçados em 25 de Abril de 1975 e defendidos em 25 de novembro de 1975.24m24: (Membro do Conselho da Revolução) O Conselho da Revolução está consciente que alguns excessos foram cometidos, que alguns atos ilegítimos foram praticados, que muitas vezes interesses partidários ou ambições pessoais se sobrepuseram ao interesse coletivo.26m16: (Membro do Conselho da Revolução) para que a reconstrução de Portugal seja possível, para que a construção de uma sociedade democrática, socialista, adaptada às particularidades do povo português seja uma realidade concreta, é necessário que todas as forças se unam numa ampla mobilização frente aos graves problemas que teremos que resolver para garantir a independência nacional e um futuro mais justo, mais livre e mais confiante.