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Programa de Intervenção Social realizado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) (Programa 6 (I), Trilha 2): A Indústria.

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Programa de Intervenção Social realizado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) (Programa 6 (I), Trilha 2): A Indústria.

Detalhes do registo

Nível de descrição

Documento simples   Documento simples

Código de referência

PT/ADN/EMGFA/5DIV/022/016

Título

Programa de Intervenção Social realizado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) (Programa 6 (I), Trilha 2): A Indústria.

Datas de produção

1975  a  1975 

Dimensão e suporte

1 ficheiro áudio MP4, 29m42.

Registo audiovisual

https://vimeo.com/1085447679

Âmbito e conteúdo

Programa emitido pela Emissora Nacional e produzido pelo Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), com reprodução das passagens mais importantes e significativas da Lei Constitucional sobre a reorganização das Forças Armadas, documento aprovado pelo Conselho da revolução. Referência à pesada herança deixada pelo capitalismo fascista derrubado pelo Movimento dos Capitães, a herança de um país anormalmente pobre. Análise do parque industrial e crítica à forma como estava organizado. Em 25 de Abril, o programa do Movimento das Forças Armadas, falava numa política anti-monopolista como a única via do país libertar-se do imperialismo, para se conseguir o desenvolvimento de grande parte da indústria existente. A indústria automóvel, têxtil, construção naval, celulose e papel, carecia de grandes transformações, pois inscreviam-se no espírito próprio do imperialismo e foram montadas no nosso país com o único objetivo de obter os maiores lucros à custa da mão-de-obra barata. Estas indústrias na maior parte dos casos eram prejudiciais à lógica do desenvolvimento socioeconómico do povo português que queria ser livre. As várias temáticas são intercaladas com música.

Cota antiga

P6P1

Idioma e escrita

Português

Existência e localização de originais

Áudio analógico (em fita de arrasto).

Existência e localização de cópias

Ficheiros digitais WAP (matriz), MP3 e MP4 (derivadas).

Transcrição

Reproduzimos assim neste programa do Estado Maior General das Forças Armadas as passagens que considerámos mais importantes e significativas da Lei Constitucional, sobre a reorganização das forças armadas, documento aprovado há dias pelo Conselho da Revolução.04m07: Está a ouvir o programa especial do Estado Maior General das Forças Armadas.10m46: Escutam através da Emissora Nacional um programa do Estado Maior General das Forças Armadas. Interrompemos por alguns minutos este programa a fim de dar lugar ao boletim de notícias preparado pela redação da Emissora Nacional.11m39:  Estado Maior General das Forças Armadas. Volta a estar no ar pela antena da Emissora Nacional, ligada à sua rede metropolitana de transmissores Onda Média e Frequência Modelada o programa especial do Estado Maior General das Forças Armadas, esta emissão preparada por um grupo de trabalho surge todos os domingos entre as nove e as onze da manhã.16m40: Como todos nós sabemos o capitalismo fascista derrubado pelo movimento dos capitães deixou-nos uma pesada herança, um País anormalmente pobre. Portugal situa-se hoje entre os últimos da Europa, para não dizer exatamente o último ou no melhor dos casos o penúltimo. As diferenças que nos separam dos Países ditos desenvolvidos medem-se em dezenas de anos, assim, por exemplo, mais de vinte anos de esforços nos separam da França e a França está longe de ser o País mais rico da Europa.21m13: A penúria que herdámos tem muito ou tudo a ver com o sistema capitalista, o nosso País não é uma terra minimamente livre, se não analisemos o nosso parque industrial, facilmente se constata que a maior parte das indústrias existentes não nos pertencem totalmente e o que é pior não foram pensadas e montadas de acordo com os aspetos essenciais de um desenvolvimento que dissesse respeito aos portugueses, mas sim para explorar os próprios portugueses, na verdade a chamada burguesia nacional era extremamente débil e quase dependia totalmente dos seus patrões imperialistas.25m36: Não era certamente por acaso que o programa do MFA conhecido em 25 de abril falava numa política anti-monopolista. É que sem uma política desse tipo não é possível libertar Portugal do jugo imperialista, se de facto pretendemos a independência nacional e o desenvolvimento do nosso País, de acordo com as nossas reais necessidades, teremos de enfrentar duras batalhas. De facto, uma grande parte das indústrias existentes terá que ser transformada desde as de montagem de automóveis, passando pelas têxteis e de construção naval até às de celulose e de papel, um longo caminho que há que percorrer, citamos apenas estas para se ter uma ideia das dificuldades que teremos de vencer. Estas indústrias inscrevem-se dentro do espírito da exploração próprio do imperialismo e foram montadas no nosso País com o único objetivo de obter os maiores lucros à custa da mão de obra barata e ainda por cima estas indústrias, na maior parte dos casos, são prejudiciais à lógica do desenvolvimento socioeconómico do povo português, que quer ser livre.28m38: Consideramos muito importantes os aspetos gerais que temos estado a desenvolver, porque esses mesmos aspetos, abrem horizontes, permitindo perceber a razão pela qual é impossível a um País atrasado, subdesenvolvido, dominado pela exploração internacional se poder desenvolver e libertar, de facto, em termos capitalistas não é possível a um País dominado, crescer de modo a alcançar a riqueza dos Países exploradores, jamais um País explorado, se pode desenvolver dentro do sistema capitalista, se é explorado e atrasado, resta-lhe apenas a sorte de continuar a sê-lo e contribuir para a manutenção da riqueza dos outros.