O Arquivo da Defesa Nacional (ADN) possui um acervo documental com elevado interesse para a História Política e Militar de Portugal, em especial no que respeita à Guerra do Ultramar e às relações com a NATO, abrangendo sobretudo o período de 1950 a 1975. A sua criação e abertura ao público, em junho de 2008, remontam à criação do Grupo de Trabalho dos Arquivos da Defesa Nacional (GTADN) através do despacho 182/MDN/1996 que tinha como tarefa prioritária a preservação da documentação com valor histórico através do levantamento, análise e inventariação de todos os espólios arquivísticos existentes no MDN, EMGFA e serviços centrais. Este despacho foi fundamental para a preservação dos documentos de valor histórico da Defesa Nacional ao impedir a transferência e eliminação dos acervos documentais existentes e ao manter a integridade desses arquivos evitando a sua desagregação.
O levantamento e identificação da documentação de entidades extintas ou com mais de 20 anos parte dela depositada no Forte de São Julião da Barra, permitiu a salvaguarda do património documental histórico da Defesa, com especial incidência nos fundos do Gabinete do Ministro da Defesa (GABMIN), Gabinete do CEMGFA e Secretariado-Geral da Defesa Nacional (SGDN), enquanto órgão de estudo e de trabalho do ministro da Defesa Nacional e que veio a ser extinto em 25 de Abril de 1974.
A criação do ADN permitiu a implementação efetiva do sistema de arquivos da Defesa com as transferências documentais regulares e a normalização dos circuitos documentais. O ADN tem dado prioridade ao tratamento da documentação dos fundos arquivísticos anteriores ao 25 de Abril de 1974, destacando-se ainda o Serviço de Informação Pública das Forças Armadas (SIPFA), Fundo de Defesa Militar do Ultramar (FDMU), o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) em particular com a 5ª Divisão dedicada à dinamização cultural no período de 1974 a 1978, entre outros. O acervo histórico do ADN foi desclassificado por despacho do Ministro da Defesa Nacional de 14/12/2010.